Movimento de Revitalização da Música de Brasília

Movimento de Revitalização da Música de Brasília

domingo, 7 de agosto de 2011

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DA ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL, CONSELHO REGIONAL DF, DIA 03 DE AGOSTO DE 2011.


Da esquerda para direita: Régis Torres, 
Sérgio Lorran, Anapolino Barbosa e Sidney Teixeira.


Local: Sede da Ordem dos Músicos/DF

Aconteceu na quarta-feira passada, dia 03 de agosto de 2011, na sede da Ordem do Músicos do Brasil, Conselho Regional do DF, reunião com o presidente, Sidney Teixeira e com o diretor Anapolino Barbosa. Estavam presentes, os músicos e membros do Movimento de Revitalização da Música de Brasília, Régis Torres e Sérgio Lorran Figueiredo. Os representantes do MRMB foram pedir esclarecimentos sobre várias questões dirigidas a OMB/DF por parte da classe musical.


ABAIXO A ENTREVISTA, NA ÍNTEGRA:
Régis Torres (MRMB): Presidente, essa semana o Supremo Tribunal Federal decidiu acabar com a obrigatoriedade de filiação à Ordem dos Músicos para o exercício da atividade de músico profissional. Como o senhor recebeu essa notícia?
Sidney Teixeira (Presidente da OMB/DF): Acho um retrocesso para a profissão. Vai mudar muita coisa.

Régis Torres: A OMB vai acabar?
Sidney Teixeira: Não, credito que vão acontecer muitas mudanças no que diz respeito ao funcionamento da instituição. Nossa esperança é de que mude para melhor.

Régis Torres: O senhor leu a reportagem do Correio Braziliense sobre a decisão do STF? Nessa reportagem consta que o senhor foi procurado pela equipe do Correio, e que o senhor alegou falta de espaço na agenda para recebê-los e comentar a decisão do STF. Pegou muito mal para a o senhor, pois queríamos sua opinião, uma vez que muitos de nós somos filiados e estamos brigando pela moralização da OMB. Muitos viram sua atitude com total desconfiança. Por que o senhor não concedeu a reportagem ao Correio?

Sidney Teixeira
: Olha Régis, o Correio não entrou em contato comigo. Não afirmei nada do que foi publicado. Recebo eles aqui a qualquer momento.

Sérgio Lorran (MRMB): Sidney, por que a OMB/DF não promove mudanças mais contundentes, anseio da classe musical, cuja realidade o senhor conhece muito bem? O senhor é músico da noite, e sabe de todas as reivindicações que a maioria esmagadora dos inscritos na OMB/DF têm referentes à OMB, inclusive as dos chamados "músicos práticos".

Sidney Teixeira: Olha, eu não tenho o poder para resolver tudo que gostaria. Todas as mudança propostas por mim precisam passar por dois conselhos, o Conselho Regional e o Conselho Federal, para serem aprovadas. Eu gostaria de fazer muito mais pelo músico. Quando assumi a presidência da OMB/DF, cheguei cheio de idéias, com vontade de mudar todas aquelas coisas que nós - músicos - ouvimos de errado. Mas a realidade é bem diferente. Eu não tenho o apoio da maioria dos membros dos conselhos. Eles são divididos e a maioria dos seus membros não quer mudanças.

Sérgio Lorran: O senhor é a favor da Carteira de Músico Prático?

Sidney Teixeira: Sou contra, pra mim músico é músico, teórico e autodidata.

Régis Torres: Na Lei 3.857/60, não existe uma citação sequer sobre o músico prático. Muitos dizem que essa carteira é ilegal e só serve para fazer caixa. Porque o senhor não põe fim à carteira e institui uma banca examinadora específica para avaliar músicos teóricos, músicos autodidatas e populares?

Sidney Teixeira: Régis, eu não posso mudar a forma de avaliação para se tirar a carteira de músico profissional. O Conselho Regional e o Federal não me permitem realizar tal coisa.

Régis Torres: Mas Sidney, a Lei 3.857/60 não diz de que forma deve ser avaliado o músico. Os músicos acreditam que se você quisesse, poderia fazer de outra forma. Mesmo porque a carteira é ilegal.

Sidney Teixeira: Veja bem, eu não posso passar por cima dos Conselhos. Toda decisão tem obrigatoriamente que ser aprovada por eles. Primeiramente eu teria que conseguir a aprovação do Conselho Regional, e depois do Federal.

Sérgio Lorran: Sidney, mas você pode parar de emitir a carteira de prático, já que ela não existe na lei.

Sidney Teixeira
: Não posso Sérgio, tenho que seguir a determinação do Conselho Federal.

Régis Torres: Mas, segundo o senhor declarou, as OMB´s Regionais agora não tem autonomia para realizar modificações?

Sidney Teixeira: Sim, mas essas modificações têm que passar pelo nosso Conselho Regional, e ele não aprova essas mudanças pois é subordinado ao Federal.

Régis Torres: Então essa autonomia é fictícia?

Sidney Teixeira: De certa forma, sim.

Sérgio Lorran: O senhor disse que os Conselhos são divididos. Entendemos então que o senhor e os que lhe apóiam são minoria?

Sidney Teixeira: Sim, somos minoria nos conselhos.

Sérgio Lorran: Existe um Regimento Interno na OMB/DF? Este regimento está disponível no Conselho Federal e também em cartório, conforme a Lei?

Sidney Teixeira: Existe. Está disponível sim, a qualquer cidadão.

Régis Torres: O senhor poderia nos fornecer uma cópia deste regimento? Em qual cartório, está registrado?

Sidney Teixeira: O Conselho Federal recolheu todos os regimentos internos das regionais para atualizações.

Sérgio Lorran: Mas em qual cartório está registrado?

Sidney Teixeira: Não tenho esta informação.

Sérgio Lorran: Um dos maiores problemas que os músicos observam na OMB/DF, está na falta de transparência na prestação de contas à sociedade. O senhor poderia falar sobre isso?

Sidney Teixeira: A prestação de contas acontece da seguinte maneira: nós a elaboramos e a apresentamos ao Conselho Regional/DF. O conselho, se aprová-la, envia para o Federal, que arremete para o Tribunal de Contas. Estou aqui há apenas dois anos. A prestação de contas do ano passado já foi aprovada pelo TCU. Mas dou minha palavra que aqui nós não temos problema nenhum sobre essa questão. Podemos apresentar as contas tranquilamente. Sérgio, aqui não acontecem desvios nem má aplicação de dinheiro. Nas gestões passadas acontecia. Na minha gestão não encontrarão nada. Os problemas que pudemos apurar aqui são aqueles que pretendemos sanar e que dizem respeito àquilo que o músico anseia. Porém, como somos minoria nos conselhos, ainda não conseguimos modificá-los.

Sérgio Lorran
: E a questão da avaliação dos músicos populares e autodidatas?

Sidney Teixeira: Isso eu quero mudar. Como já havia dito, minha opinião é que músico é músico, sabendo ou não teoria musical. Mas essa é a minha opinião. O que o Conselho Regional e o Federal pensam é diferente. No Conselho Regional eu não conseguiria aprovar uma banca especial para autodidatas, quanto mais no Federal. Veja: a maioria dos membros dos conselhos, é composta de músicos de grande saber teórico, que acreditam que essa é a forma correta e única de se avaliar o músico. São também conselheiros que estão no conselho há muito tempo, e tem influência nas decisões.

Régis Torres: Muitos desconhecem quem  são os Conselheiros da OMB/DF. O senhor poderia fornecer seus nomes para que toda a comunidade artística saiba quem são? São 21 conselheiros, não é?

Sidney Teixeira: Sim, são 21 conselheiros. Posso, sim, fornecer os nomes. Não há o que esconder. É uma informação pública, regulamentada por lei, que estará disponível no site da OMB/DF, recentemente reestruturado, e que ainda estamos alimentando com todas as informações de transparência.

Sérgio Lorran: E sobre as últimas eleições de 1/3 dos Conselheiros? Por que não foram amplamente divulgadas?

Sidney Teixeira
: Divulgamos sim, no Diário Oficial e no Jornal de Brasília.

Sérgio Lorran: Mas o senhor sabe que poderia fazer melhor. Enviar mala direta para os associados. O senhor tem o cadastro de todos eles. Poderia ter enviado mala direta contendo a informação. Publicar em tirinhas de jornais é o mesmo que não querer que ninguém saiba da eleição. O senhor não acha que poderia ser bem mais abrangente nesses mecanismos de comunicação? Afinal, para a prova de admissão da Ordem, existem muito mais informações a respeito. A classe musical quer transparência em todos os sentidos, presidente. Os inscritos na OMB não se sentem representados pelo senhor, pois percebem sua dificuldade em administrar o órgão. No entanto, para outros procedimentos, como por exemplo, a cobrança de multas, funciona a mil maravilhas. Isso explica porque tantos são contra a OMB.


Sidney Teixeira: Sérgio, aqui dentro não é fácil presidir. Há divergência de opiniões até nesse tipo de coisa. Eu gostaria que os músicos soubessem de todas as nossas lutas em prol da classe. Mas nossa luta não aparece nos jornais. Estamos com vários projetos em andamento. Um deles é o seguro desemprego para o músico, em que estamos tendo sucesso. Acredito que vamos conseguir junto ao Ministério do Trabalho que ele seja aprovado ainda esse ano. Não são poucas as nossas lutas, dentro e fora da OMB. Gostaria de me comprometer aqui nesta entrevista, com a classe musical. Eu não posso fazer muito sozinho, sem o apoio dos músicos. A classe musical não participa como deveria. Deveriam estar mais atuantes, conhecendo o funcionamento do órgão, cobrando, exigindo do presidente, de sua diretoria e do conselho. Mas não há interesse, e a gente luta sozinho. Sou músico e também quero o que todos querem, tanto eu quanto o diretor Anapolino. Minha equipe tem o mesmo pensamento. Talvez nesse momento difícil possamos finalmente ter a liberdade de realizar o que realmente queremos fazer. É triste, porque é um momento em que as pessoas ficam achando que a Ordem está acabando, mas ela não está.

Régis Torres: Sidney, os músicos inscritos na OMB/DF gostariam que o senhor representasse melhor. Muitos vêem no senhor uma esperança de mudança. O senhor é muito conhecido como músico profissional e em todos os debates nas redes sociais e nas reuniões do Movimento de Revitalização, observamos que o senhor é sempre citado como alguém que quer realizar mudanças em prol dos músicos. O que tem a dizer para aqueles que acreditam no senhor e em sua idoneidade a frente da OMB?

Sidney Teixeira: Que estou comprometido com a classe. Quero que fique claro que não depende de mim modificar tudo, pois sem a maioria dos conselhos, não modificamos nada. Mas me comprometo com o Movimento de Revitalização, e com todos os que estão do lado do músico, a divulgar todas as informações importantes de transparência e me empenhar em mostrar que somos diferentes das gestões anteriores.

Régis Torres: Então presidente, podemos fechar essa entrevista com o compromisso de que o senhor se empenhará em trazer transparência e trabalho para a classe musical? Podemos cobrar do senhor esta postura?

Sidney Teixeira: Sim. Começo fornecendo a lista dos 21 conselheiros de nossa Regional.


Sidney Teixeira
Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil – Conselho Regional DF.


Entrega da lista dos Conselheiros Regionais da OMB/DF 
das mãos do Presidente Sidney Teixeira.


Terminada a entrevista com o Presidente Sidney Teixeira (Sheykor) e com o diretor Anapolino Barbosa, nos foi entregue a lista dos 21 conselheiros da Ordem dos Músicos do Distrito Federal. São eles:

01) Anapolino Barbosa da Silva (Diretor da OMB)
02) João Barbosa da Silva
03) Cid Rodrigues de Moraes
04) Bohumil Med
05) Fernando Cesar Vasconcellos Mendes
06) Vitor José de Castro
07) Patrick Sousa da Silva
08) Antonio Pereira de Paula
09) Wander de Oliveira Alves
10) Luis Salles de Melo
11) Rogerio da Silva
12) Renio Studar Quintas
13) Iolanda Pereira Fiuza
14) Michelle Fiuza
15) Sidney Teixeira (Presidente da OMB)
16) Manoel de Carvalho
17) Jose Ribamar Sousa Filho
18) Walter de Oliveira
19) Roberto Amaro Dihel
20) Jacques Ferreira Nasses
21) Kledson Ramos Alves

Conforme DOU, segue a lista da nova composição de 1/3 dos conselheiros eleitos na última eleição do dia 01 de julho de 2011, e suplentes.

Candidatos Efetivos:
Anapolino Barbosa da Silva,
Fernando Cesar Vasconcelos Mendes,
Jacques Ferreira Nasser,
Kledson Ramos Alves,
Renio Studart Quintas,
Sidney Teixeira,
Wander de Oliveira Alves de Souza

Candidatos Suplentes:
Muriel Tabosa de Moraes,
José Cacio Tavares da Silva,
João Bosco de Oliveira,
Iralberto Moura Andrade,
Paulo Magno de Almeida Borges,
Sidnei da Costa Maia e
Walter de Oliveira

Delegado Eleitor: Sidney Teixeira,
Delegado Eleitor Suplente: Anapolino Barbosa da Silva.

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